A Comissão da Amazônia, Integral Nacional e de Desenvolvimento Regional realiza audiência pública nesta terça-feira (22), para discutir medidas contra o tráfico de água doce de rios brasileiros. O debate foi proposto pelo deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM). Ele lembra que há denúncias de que navios de carga de empresas da Europa e do Oriente Médio estão enchendo ilegalmente os porões com água do rio Amazonas para comercialização.
O contra-almirante do Comando de Operações Navais do Ministério da Defesa, Antonio Fernando Monteiro Dias, afirmou que as denúncias sobre tráfico de água doce na Amazônia carecem de indicadores concretos. Segundo ele, as informações divulgadas na mídia sobre furto de água podem estar relacionadas às operações de lastro e deslastro dos navios que trafegam pelo rio Amazonas. Essas operações, que consistem na colocação ou retirada de água do tanque dos navios, são destinadas exclusivamente à garantia de manobras, estabilidade e segurança da circulação das embarcações. “Essas operações não podem ser confundidas com o furto de água.”
A estimativa é que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. A hidropirataria, como é conhecida a prática, foi confirmada por pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas.
A captação é feita, principalmente por petroleiros, na foz do rio, e o contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área. Para as empresas, essa água, mesmo em estado bruto, representa economia, pois o custo por litro tratado é muito inferior ao de processos de dessalinização de águas subterrâneas ou oceânicas.
Durante audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, o contra-almirante garantiu também que a Marinha faz frequentes operações de inspeção e patrulha na área.
O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente,
Silvano Silvério da Costa, afirmou que até hoje não foi formalizada nenhuma denúncia de furto de água no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo
Caruaru/PE, 22.06.10 às 18:17h
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