quarta-feira, 30 de junho de 2010

Os rostos da tragédia





Quem se acostumara a ouvir sobre enchentes devastando extensas regiões da Ásia, sabia da destruição causada por aqueles furacões com nomes próprios a castigar os Estados Unidos, e dos sempre temidos e inesperados terremotos criando cenários apocalípticos com regularidade espantosa na China e no Haiti, também no Chile, Peru... e na China, passou a sentir na própria pele que o Brasil não ficaria imune em uma acelerada globalização dos desastres naturais.

Nos últimos doze meses sofremos a dor dos brasileiros que com suas lágrimas aumentaram o volume das águas despejadas sobre São Paulo, Santos, São Luiz do Paraitinga, Rio, Niterói, Florianópolis e agora, neste momento, novas dores causadas por fortes chuvas que atingem parte da região Nordeste desde o dia 18 de junho e que já provocaram a morte de 54 pessoas e fizeram mais de 150 mil pessoas deixarem suas casas. As duas últimas mortes confirmadas são de uma criança de 2 anos e um homem de 34, nas cidades de Recife e de Gameleira, ambas em Pernambuco.


Conta pesada


A Defesa Civil do Estado de Pernambuco registra, além das mortes, 12 cidades em estado de calamidade pública e outras 27 em estado de emergência. São nada menos que 26.966 desabrigados na terra do frevo e do maracatu. Mas estas ao menos conseguiram abrigo em casas de parentes e de amigos. O que não é o caso de outros 55.643 pernambucanos desalojados, a depender exclusivamente de alojamentos providos pelo poder público. Nesta tristíssima tragédia temos ainda 142 pontes danificadas devido às chuvas.


Da maior parte das cidades pernambucanas em calamidade nunca se havia ouvido falar. Entram em meu imaginário as cidades de Água Preta, Barra de Guabiraba, Barreiros, Correntes, Cortês, Jaqueira, Palmares, São Benedito do Sul, Vitória de Santo Antão, Primavera, Catende e Maraial.


Em Alagoas, as enxurradas dos últimos dias provocaram 34 mortes e deixaram 76 desaparecidos. Oitenta mil pessoas afetadas, das quais cerca de 75 mil tiveram que deixar suas casas. Desses, 47.897 estão desalojados e 26.618 desabrigados. Além disso, há ainda o registro de 135 pessoas que deixaram suas casas e não foram localizadas ainda.
Cito aqui apenas os números para atender a essa sede – sempre insaciável – por quantificar a infelicidade: quantas vidas perdidas, quantas pessoas desalojadas, sem casa e sem ter para onde ir, qual o tamanho dos prejuízos materiais. Leio na Folha de S.Paulo que...


"...apenas na semana passada, o estado de Alagoas chegou a divulgar um levantamento parcial em que apontava que os prejuízos causados pelas chuvas já totalizavam cerca de R$ 740 milhões. Desse valor, R$ 575 milhões corresponde aos prejuízos relacionados a danos em casas, que já totalizam mais de 19 mil destruídas."


E não ficamos por aí: teremos prejuízo de 137 milhões de reais apenas com a destruição de estradas e de pontes. O inventário da destruição é muito maior.


Da melhor qualidade




"Nenhuma fotografia e nenhum filme demonstra a gravidade da situação que a gente vê quando entra nas ruas da cidade", disse o presidente Lula em sua visita à Rio Largo. Mas, é fato, a imprensa tem meios extraordinários capazes de transportar para nossas casas e nosso cotidiano a tragédia que ora se abate sobre Pernambuco e Alagoas.




É graças à imprensa que proliferam doações de bens duráveis e de pecúnia para minorar a dor de nossos irmãos. Para isso há que se ter sensibilidade – mais que social apenas, humana.




E foi o que aconteceu quando meu bom amigo (e de tantos anos) Lunaé Parracho, morando em Salvador, partiu para Alagoas. Mestre que é na arte de captar imagens que vibram e sonham, premiado com trabalhos na National Geographic, Lunaé me enviou um lote de fotografias na terça-feira (29/6). Destaco quatro delas para que possamos nos acercar dos longos silêncios graves que aprisionam essas cidades.






Uma semana após as chuvas que atingiram o município de Murici, a menina Jaquelina Maria da Silva, 9 anos, segura duas bonecas que vieram com as doações em um dos galpões improvisados como abrigo à beira da estrada, onde vive há mais de uma semana com a mãe Maria da Silva, 33. "Ninguém sabe o que vai ser da gente", diz. Esta foto poderia ser chamada solidariedade das bonecas, quando não sabemos exatamente quem abraça quem.



Sebastião José da Silva, 79 anos, avô de Jaqueline, guarda silêncio... Sebastião é daqueles seres humanos feito com barro de primeiríssima qualidade. Já passou por muitas secas e muitas enchentes e quem o conhece deve saber que foi pensando nele que Euclides da Cunha escreveu no seu Os Sertões que "o nordestino é antes de tudo um forte".




Maria Helena, 30, carrega um vaso sanitário em União dos Palmares. Foi a única coisa intacta que encontrou nos escombros da casa onde morava com o marido e dois filhos. Esta imagem traz consigo um choque de realidade. Maria Helena tem tudo para ser uma dos milhares de beneficiários do Bolsa Família (que alguns chamam de Bolsa Esmola).

É do Brasil que não mais se contenta em ser aquele gigante (sempre) adormecido em berço esplêndido. Do mesmo Brasil que pensa seriamente em ocupar a quinta posição dentre as maiores economias do mundo.



Em uma fotografia vemos não apenas o que está para ser visto, mas também o que desejamos ver. Neste pequeno Francisco, Carlos, André, Antonio ou Jeová, é ele que me olha. Há um quê de dignidade, uma aura de pequeno herói, uma altivez insuspeitada não fosse a destruição trazida com as águas.


Se o Brasil conquistar na África do Sul seu hexacampeonato é este menino que deveria ser chamado para levantar a taça. Porque existem momentos em que precisávamos ser abraçados com os braços de todas as mães do mundo.




Fonte: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/ Por Washington Araújo em 30/6/2010 - Fotos de Lunaé Parracho

terça-feira, 29 de junho de 2010

Moças do tempo e as mudanças climáticas

Vai chover, o tempo vai virar, o clima está mudando? Aparentemente banais, essas perguntas hoje resumem uma das mais graves aflições do planeta. E a nossa mídia não percebeu o seu papel conscientizador neste processo. Uma nuvem negra no horizonte pode representar algo mais tenebroso do que algumas gotas de chuva aqui embaixo.

O dilúvio que desabou há duas semanas sobre o Nordeste poderia ter sido menos desastroso se os alarmes fossem acionados com antecedência. Pouco adianta identificar a formação de um "evento meteorológico máximo" se não existe uma rede de comunicação confiável, capaz de levar esses avisos aos governantes e governados.

Os ingleses sabem quando pendurar o guarda-chuva no braço porque os seus jornais, rádios, televisões – e agora sua internet – jamais esquecem de avisá-los de que vai chover, ventar ou nevar. Ainda que levemente.

A mídia brasileira nunca prestou muita atenção à previsão do tempo, os editores a tratam como obrigação, chatice que só interessa aos idosos, imaginam que ninguém as lê, por isso não vale a pena caprichar, nem investir.

Nos telejornais em horário nobre, as lindas "moças do tempo" não conseguem explicar que a [temperatura] mínima em Curitiba nada tem a ver com a [temperatura] máxima em Tocantins. A culpa não é delas, é do jornalismo mundano e superficial que se adota no Brasil.

A obsessão pelos números – no caso a temperatura máxima e mínima – eliminou os dados analíticos e contextuais. O barômetro e o anemômetro são tão uteis ao leitor quanto a coluna de mercúrio do termômetro. Satélites e computadores oferecem elementos conjunturais que devem ser convertidos em informação sobre sensação térmica, duração, intensidade e periculosidade dos fenômenos.


Nada casual

Este Observatório já tratou deste serviço público repetidas vezes. Agora é obrigatório trazê-lo de volta diante da repetição e intensidade das tormentas – e porque as recentes plásticas operadas no Estado de S.Paulo e Folha de S.Paulo foram cosméticas e implacáveis com a meteorologia. Ambos encolheram ainda mais os quadrinhos do tempo da primeira página, esquecidos de que são o elo entre as mudanças climáticas e o cotidiano dos leitores.

No Estadão o quadro do tempo para o estado de São Paulo ou para o Brasil (na edição dita nacional) perdeu a sua porção essencial: desapareceu ou tornou-se irrelevante o pequeno texto que indicava a movimentação das massas de ar frio ou quente e demais elementos para uma razoável antecipação. A Folha (que vai muito na onda do Estadão) manteve a sua seção de meteorologia com dois mapas (estadual e nacional), desacompanhado de avaliações complementares.

O Globo oferece o mais completo conjunto de informações meteorológicas (dividas pelas zonas do Rio e regiões do estado, capitais do país e do mundo), mas é produzido por um empresa especializada.

Este é o problema: quantos jornais, rádios e emissoras de TV regionais dispõem de recursos e disposição para investir num serviço que os jornalões paulistas esnobam de forma tão flagrante?

O site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) fornece continuamente, online, um excelente acervo de informações meteorológicas, mas esta massa de informações precisa ser sintetizada e traduzida em linguagem corrente. Há redatores de meteorologia em nossas redações? Quantas escolas de jornalismo oferecem cursos de jornalismo científico?

"Vai chover?" deixou de ser umas pergunta casual. Pode ser a última antes que o seu carro ou sua casa sejam arrastados por uma inesperada enchente.


Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br; Por Alberto Dines em 29.06.2010

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CTNBio deve liberar arroz transgênico da Bayer no Brasil

Dentre poucos dias o Brasil pode se tornar cobaia do mundo, ao permitir o plantio e o consumo de arroz transgênico não aprovado em nenhum país. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) está previsto para votar nesta quinta-feira (24), a liberação do plantio comercial do arroz transgênico Liberty Link da empresa alemã Bayer.

O Liberty Link é herbicida de princípio ativo glufosinato de amônio e tem nome comercial Basta ou Finale (ambos da Bayer). O glufosinato é considerado tóxico para mamíferos e por este motivo será proibido na União Europeia a partir de 2017 por determinação do Parlamento Europeu.
Pesquisadores japoneses mostraram que a substância pode dificultar o desenvolvimento e a atividade do cérebro humano, provocando convulsões em roedores e humanos.

O Brasil é o país no mundo que mais utiliza agrotóxicos em suas lavouras. Na última safra, o país utilizou mais de 1 milhão de toneladas. A Bayer é a empresa que mais vende agrotóxicos no Brasil e sua aposta no arroz transgênico visa ampliar ainda mais esse mercado.

Em audiência pública, o pesquisador Flávio Breseghello, da Embrapa Arroz e Feijão, apresentou a posição oficial “autorizada pela presidência”, frisando que a empresa não é contra os transgênicos e nem contra a modificação genética do arroz, mas que neste caso o produto da Bayer “agravará os problemas já existentes”.

Na mesma audiência pública, os representantes dos produtores de arroz também manifestaram sua preocupação. Receiam perder mercado interno e externo caso a variedade seja liberada.

“Considerando que não existe consumo corrente nem mercado global para o arroz transgênico, concluímos que a entidade não é favorável nesse momento à liberação”, disse Renato Caiaffo Rocha, em nome dos produtores reunidos na Farsul e na Federarroz e do Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA.

A Lei de Biossegurança (Lei 11.105/05) criou uma instância acima da CTNBio, o Conselho Nacional de Biossegurança, formado por 11 ministros e presidido pela Ministra Dilma Rousseff. O CNBS tem o poder de dar a última palavra em relação a uma liberação comercial de transgênico no país.

Até o momento, a atuação do CNBS foi lamentável: deu razão à CTNBio e autorizou a liberação dos três milhos transgênicos que a ANVISA e o IBAMA recomendaram que não fossem autorizados.

A liberação do arroz LL tem também implicações econômicas bem graves, estando às principais entidades representativas dos produtores contra (Farsul, Federarroz e Instituto Rio Grandense do Arroz – IRGA).



Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo.
Caruaru/PE 23.06.2010.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ausência de fiscalização causa ‘hidropirataria’ na Amazônia

A Comissão da Amazônia, Integral Nacional e de Desenvolvimento Regional realiza audiência pública nesta terça-feira (22), para discutir medidas contra o tráfico de água doce de rios brasileiros. O debate foi proposto pelo deputado Lupércio Ramos (PMDB-AM). Ele lembra que há denúncias de que navios de carga de empresas da Europa e do Oriente Médio estão enchendo ilegalmente os porões com água do rio Amazonas para comercialização.

O contra-almirante do Comando de Operações Navais do Ministério da Defesa, Antonio Fernando Monteiro Dias, afirmou que as denúncias sobre tráfico de água doce na Amazônia carecem de indicadores concretos. Segundo ele, as informações divulgadas na mídia sobre furto de água podem estar relacionadas às operações de lastro e deslastro dos navios que trafegam pelo rio Amazonas. Essas operações, que consistem na colocação ou retirada de água do tanque dos navios, são destinadas exclusivamente à garantia de manobras, estabilidade e segurança da circulação das embarcações. “Essas operações não podem ser confundidas com o furto de água.”

A estimativa é que cada embarcação seja abastecida com 250 milhões de litros de água doce, para engarrafamento na Europa e Oriente Médio. A hidropirataria, como é conhecida a prática, foi confirmada por pesquisadores da Petrobrás e de órgãos públicos estaduais do Amazonas.

A captação é feita, principalmente por petroleiros, na foz do rio, e o contrabando é facilitado pela ausência de fiscalização na área. Para as empresas, essa água, mesmo em estado bruto, representa economia, pois o custo por litro tratado é muito inferior ao de processos de dessalinização de águas subterrâneas ou oceânicas.
Durante audiência pública na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, o contra-almirante garantiu também que a Marinha faz frequentes operações de inspeção e patrulha na área.

O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente,
Silvano Silvério da Costa, afirmou que até hoje não foi formalizada nenhuma denúncia de furto de água no Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo
Caruaru/PE, 22.06.10 às 18:17h

Restabelecimento da exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista realiza audiência pública amanhã

Há um ano, o STF acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo sob argumento de que a exigência restringia a liberdade de expressão.


A comissão especial que analisa a PEC 386/09, realiza audiência pública para restabelecer a exigência de diploma para o exercício da profissão de jornalista, nesta quarta-feira (23). Serão ouvidos professores e representantes de emissoras de rádio e TV.

O debate foi proposto pelos deputados Chico Alencar (Psol-RJ) e Francisco Praciano (PT-AM). O relator da proposta, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), disse, na semana passada, que sua intenção é apresentar seu parecer até o dia 30.

O objetivo da PEC é reverter à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que, em junho do ano passado, acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício de atividades jornalísticas. A decisão provocou protestos de entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Segundo a Fenaj, a decisão do STF “rebaixa” a profissão, já que, em tese, até pessoas sem formação escolar poderão obter registros de jornalistas.

Para o advogado constitucionalista Ivo Dantas, o diploma e o registro de jornalistas - ao contrário da interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) - não ferem a liberdade de expressão. Em decisão tomada há um ano, o STF acabou com a obrigatoriedade do diploma para o exercício de atividades jornalísticas.

Também favorável ao diploma, o secretário-geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos Vinicius Furtado Coelho, sugeriu que o texto contenha regras claras que garantam a participação de qualquer pessoa nos meios de comunicação.

Já os representantes das empresas do setor, como a Associação Nacional dos Jornais (ANJ), alegam que a exigência do diploma fere a liberdade de expressão, e que na prática já existe a atuação na mídia de pessoas sem o diploma da área.


Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo.
Caruaru/PE 22.06.2010 – às 17:29.

Proposta de mudança no Código Florestal transfere para os Estados a competência de definir as áreas de proteção ambiental

A possibilidade de uma guerra ambiental entre Estados, que poderiam disputar investimentos em troca de mais liberdade a desmatadores, é uma das consequências do projeto de mudança no Código Florestal, em debate na Câmara. A advertência é da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.

Cândido Vaccarezza (PT-SP), defende a mudança do Código Florestal Brasileiro para ser adiada para depois das eleições, disse nesta segunda-feira, 21, que a orientação é assegurar o projeto para ser votado em um clima mais tranqüilo.

A bancada ruralista, que forneceu a maior parte das “contribuições” para a proposta assinada por Aldo Rebelo (PCdoB – SP), vai tentar manobrar para antecipar a votação, cuja votação está prevista para a próxima semana na comissão especial da Câmara.
A bancada ambientalista quer evitar que a decisão seja contaminada pelo clima eleitoral, mas também espera que a opinião pública se mobilize para o debate seja mais amplo.

Entre os seus principais pontos, a proposta de mudança do Código Florestal, transfere para os Estados a competência de definir as áreas de proteção ambiental, possibilita a redução de áreas de preservação permanente nas margens dos rios e muda as regras para definição de reserva legal.

O agronegócio brasileiro deverá crescer 40 %, o dobro da média mundial, nos próximos oito a dez anos, mesmo com as restrições atuais. Os dados estão contidos num estudo conjunto produzido pela FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação) e pela OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).

Considera-se que atualmente, com a grande expansão da atividade, a exploração se aproxima de 50% das terras agriculturáveis. Ou seja, o Brasil pode seguir ampliando sua capacidade produtiva sem cometer o crime que é proposto no relatório assinado pelo deputado Aldo Rebelo. A grande responsabilidade de transferir para os estados as decisões sobre uma questão que é fundamental para a estratégia de desenvolvimento do país.

Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo
Caruaru/PE 22.06.2010 – às 15:26.

O fenômeno "Cala Boca Galvão"



A TV Globo passou a ter um problema sério depois do impacto alcançado pela mensagem “Cala Boca Galvão”, no Twitter, um sistema de micromensagens disseminadas pela internet e que na semana passada chegou a ter repercussão mundial.



A emissora não vai afastar o polêmico locutor durante a Copa do Mundo, mas provavelmente dará férias prolongadas a Galvão Bueno depois do fim do torneio para tentar reverter a propaganda negativa gerada pela surpreendentemente rápida veiculação da mensagem entre os usuários do Twitter.



É a internet mostrando como o fenômeno das redes está mudando comportamentos que no passado eram considerados utópicos, como, por exemplo, a Globo ter que deflagrar uma operação emergencial de marketing para evitar danos maiores à imagem de seu mais importante nome na Copa do Mundo.



Esta não é a primeira vez que o slogan "Cala Boca Galvão" aparece em faixas levadas por torcedores em estádios de futebol. A diferença agora é que mais do que um protesto ele se transformou num fenômeno de marketing viral na Web. E aí a Globo não pode ignorá-lo. Ela agiu rápido para tirar as faixas levadas para os estádios sul-africanos, usando o peso de sua influência junto aos organizadores do evento, e contra-atacou em seus programas de esporte brincando com a repercussão do fato.



A emissora teve o cuidado de evitar a polêmica com os twiteiros, mesmo depois que estes criaram toda a espécie de confusões e equívocos misturando futebol com proteção a papagaios em extinção e supostos hits da cantora Lady Gaga. Até um clip com Hitler xingando o locutor circulou pela Web. Uma resposta mais agressiva atearia ainda mais fogo aos críticos de Galvão Bueno e a Globo sabia que o problema era menos visível.



Não se tratava apenas dos exageros verbais e os erros informativos de Galvão Bueno, mas do fato de que sua onipresença nas telas da Globo serviu como catalisador para um segmento do público que não gosta da hegemonia global na mídia brasileira. A emissora trata este tema com luvas de pelica porque sabe que na era digital uma fagulha pode se transformar num incêndio avassalador, em matéria de marketing de imagem.
Fonte: www.observatoriodaimprensa.com.br - Postado por Carlos Castilho

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre escritor português José Saramago aos 87 anos


O escritor português e Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, morreu nesta sexta-feira às 8h (horário de Brasília), na Ilha de Lanzarote. Ele tinha 87 anos e, segundo informações cedidas por familiares, passou mal após o café da manhã e morreu pouco depois. Ele estava em casa, na companhia da mulher, a jornalista espanhola Pilar Del Río.

José Saramago é considerado um dos mais importantes escritores contemporâneos, autor de obras que atingiram reconhecimento mundial, como "O evangelho segundo Jesus Cristo", "A jangada de pedra" e "Memorial do convento". Sua obra "Ensaio sobre a cegueira" foi levada aos cinemas pelo brasileiro Fernando Meirelles, o filme se tornou um sucesso mundial. Em 1998, sua prosa inventiva, a estética rigorosa e a constante preocupação social o fizeram merecer o Prêmio Nobel de Literatura, e de um prêmio Camões – a mais importante condecoração da língua portuguesa.

O autor era tido como o criador de um dos universos literários mais pessoais e sólidos do século XX e uniu a atividade de escritor com a de homem crítico da sociedade, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época.

Em 2008, uma exposição sobre o trabalho de José Saramago foi exibida no Brasil. “José Saramago: a consciência dos sonhos” trazia cerca de 500 documentos originais e outros tantos digitalizados reunidos em um formato que, misturando o tradicional e a tecnologia moderna, levavam o visitante a uma agradável e rara viagem pela vida e pela obra do escritor português.

O escritor publicou no final de 2009 seu último romance, “Caim”, um olhar irônico sobre o Velho Testamento. O livro foi muito criticado pela Igreja.

Por: Tayse Falcão – Estudante de Jornalismo
Caruaru/PE – 18.06.2010 às 10:30h

Chuvas causam estragos, engarrafamentos e medo no interior de Pernambuco

Chove forte na Capital e nas cidades do interior de Pernambuco. De acordo com a Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe), a situação é mais grave em Barra de Guabiraba, no Agreste, e também em Ribeirão, Cortez, Sirinhaém e Primavera, na Zona da Mata, além de Moreno, na Região Metropolitana do Recife.

Equipes da Codecipe estão se dirigindo a essas cidades para dar apoio às Defesas Civis municipais. Há informações de chuvas fortes também em São Caetano, Tacaimbó e Garanhuns, no Agreste. Mas até aqui, nenhuma ocorrência grave registrada.

Em Caruaru, um motorista tentou atravessa a passagem molhada no bairro riachão e caiu com o carro dentro do rio Ipojuca, por volta das 2h30 da manhã desta sexta-feira (18). O veículo já foi retirado do local, e o motorista passa bem.

Outros bairros também estão com ruas alagadas. Um levantamento da Codecipe mostra que nas últimas 24h choveu 97 mm na cidade. A média histórica para todo o mês de junho é de 81 mm.

Com as chuvas na região Agreste, o nível de água do rio Ipojuca, que corta algumas cidades do interior do Estado, está subindo a cada momento.


“Se continuar assim, acho que vamos ter grandes problemas”, disse assutado o comerciante Cledinaldo Ferreira, que estava no engarrafamento da BR 104 e aproveitou para conferir a situação do rio.

Ainda em Caruaru, o fluxo de veículos na BR 232 está parado neste momento por causa da elevação das águas do Rio Vasco. A Polícia Rodoviária Federal está no local.



Fonte: Publicado em 18.06.2010, às 08h31
Do JC Online