quinta-feira, 30 de abril de 2009

População terá de volta o Memorial de Caruaru

A PMC também fará modificações no Beco da Farinha, que se tornará em mais um ponto cultural

Além de ser palco das mais diversas manifestações artísticas, o Memorial de Caruaru também ilustrou por dois anos a rica e inesgotável história da Capital do Agreste. Implantado no dia 18 de maio de 2000, no antigo Mercado de Farinha, Centro, pelo então governo João Lyra Neto, o local representava um patrimônio vivo da cidade. Porém, os caruaruenses não tiveram muito tempo de apreciar o extenso leque cultural proporcionado pelo museu.
No intuito de promover a revitalização da localidade, o ex-prefeito Tony Gel - substituto de Lyra - decidiu paralisar, em meados de 2002, as atividades do Memorial. Contudo, as obras que deveriam reestruturar o espaço ficaram apenas no papel. “Detectamos, na época, que a parede do Memorial estava para ruir, então decidimos fechá-lo. Entretanto, tivemos dificuldades na contratação de uma empresa para recuperar o museu. Então, desenvolvemos um projeto para que entrasse em licitação já na gestão do meu sucessor”, explica Tony.
Para resgatar a memória do município comprometida por quase sete anos, o atual chefe do Executivo José Queiroz, planejou ações emergenciais para reorganização do Memorial de Caruaru. Em visita ao museu, em janeiro deste ano, com integrantes de sua equipe de governo e o engenheiro e consultor técnico Cláudio Mota, Queiroz constatou a precária situação em que se encontra o patrimônio. O aspecto de abandono era total. Contudo, após a conclusão de um laudo técnico elaborado por Mota, finalmente a população poderá utilizar o Memorial, pois a PMC já iniciou as obras de reestruturação do local.
“Como o Memorial de Caruaru ficou paralisado por vários anos, já que o último governo declarou que a cidade não possuía pessoas habilitadas para realizar esse tipo de trabalho, houve uma degradação interna do piso e uma das paredes do mesmo ficou bastante danificada. Mas estamos recuperando em caráter de urgência o local que representa um verdadeiro retrato da cidade, através de exposições de fotografias e objetos históricos”, afirma o secretário de Infraestrutura e Políticas Ambientais, Kiko Beltrão. De acordo com ele, o espaço poderá ser reinaugurado no dia 18 de maio - data que marcará os 152 anos de emancipação política da cidade.
O presidente da Fundação de Cultura e Turismo, José Pereira, revela as novidades que serão implantadas no Memorial. “Primeiro, estamos dotando-o de total infraestrutura. Assim que o local for reaberto, faremos também uma bela campanha no município com o propósito de enriquecermos o acervo do espaço, através de exposição de mais fotografias, livros e depoimentos da própria população sobre a cidade. Ainda implantaremos um calendário fixo no intuito de realizarmos eventos culturais, como por exemplo, lançamentos de livros e CDs”, revela. Após a sua reabertura, o Memorial funcionará de terça a domingo, das 9h às 17h.
Presidente da Câmara critica fechamento do Memorial
Músico e presidente da Casa Jornalista José Carlos Florêncio, Rogério Meneses explana os prejuízos gerados à cultura local, após a paralisação do Memorial de Caruaru. “Disseram que o entregariam revitalizado. Porém, o deixaram abandonado por muito tempo. Essa atitude foi muito ruim para os artistas da terra. Apresentações e exposições foram canceladas. A cultura da cidade ficou enfraquecida”, lamenta.
“Logo no primeiro mandato, o governo Tony Gel, além de prometer que iria revitalizar o Memorial, afirmou ainda que construiria o Teatro Municipal. Mas não cumpriram com o que prometeram. Eles foram negligentes não só com esses dois espaços, mas também com a Casa da Cultura José Condé e o próprio São João de Caruaru. Mas a Câmara está à disposição do prefeito José Queiroz e está dando total apoio para que os aspectos culturais sejam novamente valorizados na cidade”, complementa Meneses.
Beco da Farinha passará por reformulação
A Prefeitura de Caruaru também implantará modificações no popularmente conhecido Beco da Farinha - interligado ao MAemorial de Caruaru. Após as reformas, o Beco se tornará em mais um ponto cultural do município. “Já conversei com os 12 comerciantes que possuem os seus estabelecimentos naquela localidade e ficou definido que vamos humanizar o espaço por meio da instalação de jardineiras com bancos de praça e lampiões. Construiremos ainda um quiosque intitulado de “Café Cultural”, onde haverá um painel no ‘oitão’ do museu denominado “Painel de Leitura do Cidadão”. Lá, colocaremos em exposição os principais jornais do Estado, dentre eles o VANGUARDA”, informa Pereira.
“O Beco da Farinha passará a ser chamado de Beco Cultural. Além de repaginação, incentivaremos também àqueles comerciantes a fazerem parte do Polo de Gastronomia, já que uma praça de alimentação a céu aberto deverá ser construída no local”, acrescenta o secretário de Infraestrutura e Políticas Ambientais Kiko Beltrão. Segundo ele, as obras devem ser iniciadas no próximo mês com término previsto para junho deste ano.
Fonte: http://www.cultura.gov.br - Vanguarda - Caruaru - PE, Pedro Augusto, 30/03/2009
Publicado por Comunicação Social/MinC
Categoria(s): Na Mídia
Tags: , , ,

Venezuela: Chávez reajusta salário mínimo no 1º de Maio

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, reiterou, na última quarta-feira, que, a partir do dia primeiro de maio, entrará em vigor um incremento salarial para os trabalhadores venezuelanos. Ele ressaltou que o reajuste será feito, apesar das consequencias da crise financeira mundial.

''Creio que o único país em que se está vendo isso é a Venezuela. Há notícias de outro lugar que esteja aumentando o mínimo?'', questionou Chávez, assegurando que a revolução bolivariana garantirá a continuidade da recuperação do salário e o bem-estar das famílias venezuelanas.No mês de março, Chávez já havia anunciado que o rejuste do mínimo aconteceria, dentro da estratégia do governo de conter os efeitos da crise. O aumento total será de 20%, sendo que 10% de incremento será concedido a partir desta sexta e os outros 10%, a partir de primeiro de setembro.Atualmente o salário mínimo venezuelano equivale a US$ 372 mensais. Com a primeira parte do aumento, alcançará US$ 409 e, em setembro, US$ 450.
Fonte: ABN

Livro desvenda a atualidade do pensamento de Karl Marx


Em novembro de 2006, o Centro de Estudos Marxistas (Cemarx) da Universidade do Estado da Bahia realizou seu segundo seminário com o tema “Marx: intérprete da modernidade”. O evento reuniu uma série de pesquisadores e estudiosos da obra de Karl Marx e buscou examinar seu pensamento de forma multilateral. Com a contribuição de Mauro Castelo Branco de Moura, Carlos Zacarias F. de Sena Jr, Muniz Ferreira, José Carlos Ruy, Ricardo Moreno, Eurelino Coelho, Sérgio Lessa, Antonio Carlos Mazzeo, Milton B. de Almeida Jr e Milton Coelho,o debate foi reunido e publicado no livro Marx: intérprete da contemporaneidade, publicado pela Quarterto Editorial, de Salvador e que será lançado hoje (30), às 19 horas, na Livraria Cortez, em São Paulo.



Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos em uma pesquisa da emissora de rádio e televisão BBC, de Londres, entre os internautas. A emissora britânica anunciou, no dia 16 de julho de 2005, o resultado final da pesquisa realizada por um dos seus sítios, denonimana In our time´s greatest philosopher, para eleger o maior filósofo da humanidade.

Na enquete, o resultado final colocou Marx em primeiro lugar, com 27,93% dos votos. Isto é, quase um de cada três participantes escolheru Marx como o maior filósofo de todos os tempos. Em segundo lugar, com 12,7%, menos da metade dos votos recebidos por Marx, aparece David Hume, o candidato da The Economist. Ludwig Wittgenstein, o candidato do jornal The Independent, aponta em terceiro lugar, com 6,8% e o quarto lugar é ocupado por Nietszche, com 6,49% dos votos. Platão recebeu 5,65% dos votos e ficou em quinto lugar. Depois, pela ordem Kant (candidato do diário britânico The Guardian), São Tomás de Aquino, Sócrates, Aristóteles e, finalmente, Karl Popper.

Marx formulou as teorias que basearam o socialismo moderno. O seu método de análise da sociedade e da natureza influenciou ramos do conhecimento como a história, a sociologia, a economia e a ciência política. Marx deu forma às suas idéias em livros como O manifesto comunista, O capital, A ideologia alemã, A miséria da filosofia, entre outros.

Influenciado pela dialética hegeliana rejeitou seus componentes idealistas e a reelaborou sobre novas bases filosóficas materialistas. Dessa forma, a dialética materialista de Marx se diferenciou tanto dos materialistas metafísicos e/ou mecanicistas do seu tempo, quanto dos dialéticos idealistas da própria escola hegeliana na qual se formou filosoficamente. Seu método investigativo buscava compreender a realidade concreta a partir da totalidade de fatores e a diversidade de relações entre estes, sendo, no entanto, o econômico determinante em última instância.

A apropriação política das idéias de Marx norteou os chamados movimentos revolucionários do século 20, tornando-o o pensador mais influente de todo aquele século. A sua obra segue sendo um instrumento fundamental para a compreensão do mundo contemporâneo. Em função disso a articulação acadêmica Cemarx resolveu realizar o seminário ''Karl Marx: intérprete da contemporaneidade'', visando trazer reflexões e debates acerca da contribuição marxiana e marxista para a produção acadêmica. O produto do seminário é o debate que está publicado no livro.

O seminário teve a presença massiva dos nossos estudantes, funcionários, colegas professores, militantes dos movimentos sociais e partidos da esquerda crítica do capitalismo. O evento contou também com o apoio da universidade, do Departamento de Educação do campus 2 e da participação (na coordenação) do professor Ricardo Moreno, também da Uneb (representanto o Instituto Maurício Grabois), além da presença, também na coordenação, do professor Muniz Ferreira, do programa de pós-graduação em história da UFBA.

As reflexões contidas no amplo debate realizado publicadas nos artigos dos conferencistas contribuem para fazer avançar as lutas sociais que estão construindo no processo histórico a emancipação humana.

Serviço: Lançamento Marx: intérprete da contemporaneidade 30 de abril, às 19 horas, Livraria Cortez, Rua Bartira, 317 – Perdizes – São Paulo(ao lado da PUC/SP)


Fonte: http://www.vermelho.org.br/ - Da redação.


**Foto -Capa do Livro a ser lançado em São Paulo.

Contag leva reivindicações do "Grito da Terra" para Lula


A Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) entregou, na manhã desta quarta-feira (29), a pauta do Grito da Terra Brasil 2009 ao presidente Lula. O Grito da Terra Brasil é a principal manifestação dos trabalhadores rurais do País, que ocorre anualmente em maio. A primeira foi realizada em 1995. A pauta do Grito, entregue pelo vice-presidente da entidade, Alberto Ercílio Broch, contém reivindicações econômicas e sociais de sem-terras, assentados e agricultores familiares, que serão negociadas com cerca de 15 ministérios e secretarias do governo federal.


O eixo principal dessa edição do Grito da Terra Brasil é a preservação ambiental. A Contag é a única organização social do campo que defende mudanças no Código Florestal. Também fazem parte das reivindicações, a retomada da implementação do Plano Nacional de Reforma Agrária e o aprofundamento das políticas para fortalecer a agricultura familiar.
Após a entrega da pauta de reivindicações, a Contag e a Secretaria Geral da Presidência da República discutiram o cronograma de negociações com os ministérios e as secretarias do governo federal. Esse processo deverá ser concluído na terceira semana de maio, quando cerca de 10 mil lideranças sindicais de todo o País farão, em Brasília, uma grande manifestações.

No ano passado, o resultado das negociações com o governo federal garantiu importantes avanços nas áreas de crédito agrícola (aumento dos recursos para o Plano Safra 2008/2009), de renegociação de dívidas dos produtores rurais e de assistência técnica. A Contag estima que cerca de 679 mil agricultores familiares foram beneficiadas com as novas regras para o pagamento das dívidas com os bancos públicos.

Fonte:http://www.vermelho.org.br - Contag **Foto - Lula recebe documento do representante da Contag.

Ronaldo Júnior: O lugar da esquerda é na Marcha da Maconha



De 2 a 9 de maio, 13 capitais brasileiras, e centenas de cidades em todo o mundo, estarão realizadno a Marcha da Maconha. Trata-se de um coletivo que tem como objetivo aglutinar e organizar fóruns e espaços de debates que, além de fomentar a organização, conduzam a formulação de políticas publicas sobre a legalização da maconha e seus usos.

Por Ronaldo Pinto Junior, diretor de Assistência Estudantil da UNE



No último ano, a exploração da mídia e medidas judiciais repressivas colocou a Marcha da Maconha em evidência no cenário nacional. Embora a mídia conservadora não aprofunde o debate da legalização da maconha e as medidas judiciais tenham tido o objetivo de reprimir a livre organização da Marcha, existe hoje um sentimento que o movimento tem crescido e pautado importantes debates Brasil afora.

Recentemente o ex-presidente FHC, em conjunto com César Gaviria (ex-presidente da Colômbia) e Ernesto Zedillo (ex-presidente do México), através da Comissão Latino-Americana de Drogas e Democracia, publicou um artigo defendendo a legalização da maconha para uso pessoal.

Gostaria aqui de levantar algumas questões sobre o posicionamento de FHC. Mas antes é necessário mais uma vez criticar o papel que a mídia jogou neste episódio. FHC foi rotulado como um dos pioneiros no debate da legalização da maconha, ignorando toda construção social que a Marcha da Maconha, entre outros coletivos do gênero, acumularam no ultimo período. Se hoje o debate está na pauta nacional, quem menos contribuiu para isso foi o ex-presidente, diferente do que a maioria dos meios de comunicação tenta colocar na cabeça dos brasileiros.

Durante sua gestão de oito anos FHC fez muito pouco pela causa. O SUS (Sistema ùnico de Saúde) nunca apresentou uma política real de redução de danos e de recuperação de viciados em todos os tipos de drogas. A relação de FHC com os movimentos sociais, hoje pioneiros no debate da legalização da maconha, sempre foi péssima. No caso da UNE, a entidade nunca foi recebida pelo ex-presidente e ainda sofreu duros golpes como o PL (Projeto de Lei) das carteirinhas.

Por fim, a política que o partido do ex-presidente implementa na ultima década vai em total desacordo com a bandeira da legalização da maconha. O Brasil, enquanto dirigido pelo PSDB, sempre cumpriu um papel de capacho das potências mundiais, refletindo o debate reacionário imposto pelos EUA e pela ONU, principalmente desencadeando políticas repressivas de controle do tráfico, focando a ação do Estado sobre o usuário.

Prova disso é a criação da 1ª Secretaria Municipal Anti-Drogas de Curitiba, uma das principais ''grandes ações da prefeitura'', defendida durante campanha do tucano Beto Richa a prefeitura da capital paranaense. O governo de Goiás, quando dirigido pelos tucanos, matou mais jovens do que durante toda a ditadura militar através da polícia de elite que tinha como principal tarefa combater o tráfico e promover a segurança social.

Mais uma vez, FHC distorce a realidade e resume o debate da legalização da maconha somente sobre o foco da liberdade individual do usuário. Deixa de lado todo acúmulo que comprova que a maconha foi taxada como ilegal em nosso país por conta da pressão econômica imposta pelos EUA no começo do século 20 (leia-se indústria do algodão, álcool e farmacêutica principalmente), e pela perseguição a ritos culturais e religiosos onde se fazia o consumo da maconha, por conta da pressão da Igreja Católica.

Submeter o debate da legalização da maconha somente sobre a liberdade individual do usuário, deixando de lado debates como a da produçãoe a da comecialização da maconha, é recuar sobre o que já acumulamos na luta pela legalização da cannabis sativa.

Diversos movimentos sociais e partidos de esquerda aprovaram resoluções sobre a legalização da maconha levando em consideração o acúmulo que movimentos como a Marcha Mundial da Maconha produziu no ultimo período.

Chegou à hora de mostrar que a luta se constrói na prática. Confira a agenda de mobilizações da Marcha da Maconha (http://www.blogger.com/), pegue sua bandeira, sua faixa e ocupe as ruas das principais capitais do país para defender a liberdade de expressão e a legalização da maconha. Libertem as plantas!
**Foto- Marcha do Fórum Social de Belém, em janeiro de 2009.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Imagem de vítimas é proibido no PA

A Justiça do PA proíbe publicação de imagens de vítimas de violência. Essa é uma realidade em toda a imprensa brasileira. Confira a matéria.
Fonte: Redação do Comunique-se

Uma decisão da Justiça do Pará proíbe que O Liberal, Diário do Pará e Amazônia publiquem fotos de pessoas vítimas de acidentes e mortes brutais que possam implicar em ofensa à dignidade humana e ao respeito aos mortos. O pedido partiu do Movimento República de Emaús (CEDECA), da Sociedade de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e do Governo do Estado. A 4ª Câmara Cível Isolada do TJ-PA acolheu voto da desembargadora Eliana Abufaiad. Se descumprirem a decisão, os jornais pagarão multa diária de R$ 5 mil.“Os leitores do Pará gostam de jornalismo policial, já é uma tradição por aqui. E os jornais investem muito nisso. O Liberal, por exemplo, tem um caderno só dedicado a notícias policiais com seis páginas. É importante salientar que o Pará é um estado com extrema violência. A guarda nacional está até por aqui. É uma pena essa decisão porque não poderemos mostrar realmente o que está acontecendo. Isso é bom para o governo do Estado”, disse Mauro Mendonça, chefe de reportagem do O Liberal e produtor do jornal Amazônia. Segundo ele, os diários ainda não foram notificados. “Vamos recorrer, com certeza”, avisa.
A decisão trata da “proibição imediata da utilização, nos jornais de suas responsabilidades, de fotos/imagens de pessoas vítimas de acidentes e/ou mortes brutais e demais imagens que não se coadunem com a preservação da dignidade da pessoa humana e do respeito aos mortos, evitando-se, com isso, a utilização de imagens chocantes e brutais, sem qualquer conteúdo jornalístico, mas com intuito meramente comercial”.
Segundo consta na decisão, “há aparente conflito de direitos fundamentais, quais sejam o de livre manifestação e o da inviolabilidade da esfera íntima (art. 5º, X do CF), quando, no foco, encontra-se a liberdade de imprensa. Se, por um lado, é garantido aos meios de comunicação noticiar acontecimentos e expressar opiniões, por outro, não podemos olvidar o direito dos cidadãos à inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem”.
Censura préviaA Associação Nacional de Jornais disse estar consciente de que a legislação prevê casos em que a imprensa não deve reproduzir determinadas imagens e “como não poderia deixar de ser, recomenda a seus associados que cumpram esses dispositivos legais. Ressalta, entretanto, que apenas no caso de descumprimento dessas normas cabe ao Judiciário, provocado ou não pelos prejudicados, por pessoas a eles ligadas ou pelo Ministério Público, tomar as medidas cabíveis. A interdição geral e a priori é uma descabida censura prévia que viola frontalmente o espírito e a letra da liberdade de expressão assegurada pela Constituição Federal”.
A ANJ recomendou que os diários recorram da proibição para que “o mesmo Poder Judiciário que decidiu pela censura prévia restabeleça a Liberdade de Expressão. O direito à informação, mais do que dos meios de comunicação, é de toda sociedade”.

domingo, 19 de abril de 2009

Cúpula das Américas termina sem unanimidade na declaração


A V Cúpula das Américas terminou, neste domingo, em Trinidad e Tobago, sem que houvesse consenso sobre a declaração final do encontro. Entre os argumentos para a não aprovação unânime do documento estão a questão do embargo a Cuba, a escassa presença, no documento, da crise econômica mundial e até mesmo discussões sobre quais países são democráticos e quais não são. Apesar disso, o evento foi considerado positivo em relação aos compormisso dos países com o desenvolvimento conjunto e abriu a esperança de uma nova era nas relações com os Estados Unidos.


Vários líderes, entre eles o venezuelano Hugo Chávez, o boliviano Evo Morales e seus colegas de Honduras da e Nicarágua reiteraram as reservas em torno do texto, sob o argumento de que passa por alto pela crise global e ignora a política de bloqueio a Cuba.


O documento já havia sido rechaçado na recente reunião dos países da Alternativa Bolivariana para as Américas (Alba), integrada por Venezuela, Bolívia, Nicarágua, Honduras, Cuba, Dominica e São Vicente e Granadinas.


"A declaração em si não tem a completa aprovação dos 34 países presentes. Alguns deles manifestaram suas reservas", declarou o primeiro-ministro de Trinidad e Tobago, Patrick Manning, no encerramento da reunião continental.


"O documento que emerge é um documento de compromisso, que recebeu a aprovação de alguns e a desaprovação de outros. Concordamos em adotar este documento, já que ao adotá-lo, reconhecemos que não há unanimidade e sim um grande consenso sobre estas questões importantes", completou Manning.


Integrantes da Alba, como o presidente equatoriano Rafael Correa, já haviam dito que o projeto final da declaração "não reflete a crise econômica que vivemos, que não é uma crise conjuntural, é uma crise do sistema capitalista, e as soluções querem ser dadas legitimando os responsáveis pela situação atual, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional".


Além da segurança energética e da prosperidade, temas incluídos na agenda do encontro, as questões que realmente centraram o evento foram Cuba e a crise econômica.
Durante a realização da cúpula, o presidente Evo Morales, em um encontro com repórteres, afirmou que seu colega estadunidense, Barack Obama, deveria escutar a comunidade internacional, que há 17 anos exige o fim dessa política hostil contra a ilha. "Obama tem a obrigação de reparar danos econômicos e políticos ocasionados ao país caribenho", opinou.


Nova era de cooperação


Neste domingo, Obama, prometeu uma nova era de cooperação com a América Latina, que vá além da tradicional colaboração militar ou contra o tráfico de drogas. Segundo ele, a V Cúpula das Américas serviu para estabelecer uma nova etapa de respeito em direção aos países soberanos e democráticos do hemisfério, apesar das diferenças de opiniões.


Obama chegou a Port of Spain com o discurso de que está disposto ter um novo começo com Cuba e admitiu, neste domingo, que meio século de políticas americanas sobre Cuba "não funcionaram", mas destacou que a política americana em relação à Havana não mudará da noite para o dia.


De forma contraditória, questionado sobre um possível fim do embargo americano a Cuba, Obama repetiu que espera que o governo de Raúl Castro mostre sinais de que está disposto a investir na democratização e a libertar os presos políticos.


Obama destacou, em discurso, os "sinais positivos" nas relações de Washington tanto com Cuba quanto com a Venezuela, mas disse que isso não basta. "A prova para todos nós não são simples palavras, mas também atos", pediu Obama aos governos de Raúl Castro, em Havana, e de Hugo Chávez, em Caracas.


Queixas aos EUA


Desde que chegou a Port of Spain, em Trinidad e Tobago, na sexta-feira à tarde, Barack Obama, ouviu inúmeras queixas dos chefes de Estado presentes na Cúpula das Américas - de acusações sobre a "ingerência americana" em seus países até a "culpa", mais recente, pela crise financeira.


Os líderes tomaram o cuidado de não culpar especificamente o presidente americano. Mas, ainda assim, Obama teve de ouvir um apanhado de críticas à "postura histórica" dos Estados Unidos em relação à América Latina.


A artilharia de críticas começou com a presidente da Argentina, Cristina Kirschner, na abertura do evento. Segundo ela, a relação dos Estados Unidos com a América Latina foi, durante décadas, "traumática", o que resultou em "ditaduras" e "intervenções militares".


"Quero dizer ao presidente Obama que de maneira nenhuma isso significa uma crítica a ele. Mas sim um exercício de compreensão das coisas pelas quais temos passado", disse. Cristina arrancou os primeiros aplausos da plateia quando classificou de "paradoxo" a expulsão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA).


Logo em seguida, foi a vez de o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, tecer uma série de acusações ao governo americano. Em um discurso de quase uma hora, Ortega descreveu com detalhes a "ingerência" dos Estados Unidos sobre o processo político da Nicarágua na década de 80.


Ortega também levantou a questão cubana. "Tenho vergonha de estar aqui nessa cúpula sem a presença de Cuba", disse. Mas acrescentou que o presidente Obama "obviamente não tinha culpa, já que tinha apenas três meses na época da Revolução Cubana".


Apesar das acusações aos Estados Unidos, Obama reagiu com presença de espírito. "Fico feliz que o presidente Ortega não me culpe por coisas que aconteceram quando eu tinha três meses de idade", disse, descontraindo a plateia.


A avaliação geral na Cúpula é de que o líder americano teria sabido contornar as cobranças. "Ele de forma alguma parece constrangido", disse um funcionário da OEA. Na manhã do domingo, Obama esteve reunido com os 12 chefes de Estado que formam a União das Nações Sul-Americanas (Unasul), entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Um dos temas foi a crise econômica. O presidente Lula, por exemplo, sugeriu que os Estados Unidos ampliassem a ajuda financeira aos países mais pobres da região. De acordo com o chanceler Celso Amorim, que acompanhou o encontro, o clima da reunião foi "bastante cordial".


Em seu discurso de abertura, Obama sugeriu que os líderes do hemisfério "olhassem para o futuro" e que não ficassem presos a "desavenças do passado". "Com frequência, a oportunidade de se construir uma nova parceria nas Américas é prejudicada por discussões ultrapassadas", disse o presidente americano.
Já as críticas de Chávez aos Estados Unidos foram menos contundentes do que se esperava. Segundo a Agência Bolivariana de Notícias (ABN), o presidente da Venezuela disse que os Estados Unidos devem "romper com essa concepção que somos seu quintal".


No evento, contudo, o líder venezuelano elogiou a postura de Obama durante os encontros na Cúpula. Segundo ele, o presidente americano teria se mostrado "interessado" nas palavras dos outros chefes de Estado, que apresentaram suas "inquietudes". "Que bom que Obama tenha tomado nota e que responda a algumas de nossas interrogações", disse Chávez.


A postura amistosa de Chávez em relação a Obama foi considerada uma surpresa. A foto dos dois líderes se cumprimentando, na abertura a Cúpula, foi exposta no portal do governo venezuelano, sob o título "cumprimento histórico entre presidentes Obama e Chávez".


O presidente venezuelano também anunciou que indicará um novo embaixador para os EUA. O nome escolhido por Chávez é o diplomata Roy Chaderton. Segundo o presidente, a designação do novo embaixador será "para dirigir uma nova era de relacionamento político e econômico".


Em setembro de 2008, Venezuela e EUA suspenderam suas relações diplomáticas devido à expulsão do embaixador em Caracas, Patrick Duddy, em "solidariedade" a uma ação similar que tinha tomado o presidente boliviano, Evo Morales. A nova nomeação é o primeiro passo para o que pode ser o restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Venezuela


Ajuda maior a montadoras


O fundo de US$ 100 milhões anunciado neste sábado por Barack Obama, para o microfinanciamento na América Latina, tem volume 174 vezes menor que os US$ 17,4 bilhões dados pelo governo americano à General Motors (GM) e Chrysler para evitar a falência das montadoras. O fundo latino americano será destinado para facilitar o fluxo de créditos.


Em comunicado, a Casa Branca disse que o Fundo para o Crescimento com Microfinanciamento para o Hemisfério Ocidental visará a fornecer fontes estáveis de financiamento a médio e longo prazo a entidades dedicadas aos pequenos empréstimos, para ajudar a aumentar a capacidade de concessão de crédito.


Por outro lado, desde dezembro, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos emprestou US$ 13,4 bilhões à GM e outros US$ 4 bilhões à Chrysler para manter as companhias funcionando.


A Casa Branca disse que outro objetivo do fundo anunciado neste sábado será aumentar as fontes de financiamento para as micro e pequenas empresas enquanto não conseguem se recuperar economicamente. O novo organismo terá participação do Fundo Multilateral de Investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a Corporação Interamericana de Investimentos, entre outras entidades.


O Fundo de Investimentos do BID desempenhará o papel principal na configuração do novo organismo, informou a Casa Branca. Apesar de o fundo disponibilizar US$ 100 milhões inicialmente, o objetivo é arrecadar US$ 250 milhões para este fundo, para o que as entidades constituintes pedem que outras organizações do setor público e privado participem.


Lula "realizado"


Ao final da cúpula,o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que Obama, “deve ter tomado um banho de América Latina” e que, certamente, houve uma evolução muito grande nas relações dos EUA com o continente. Lula disse que saiu surpreso com os resultados positivos da reunião, da qual, segundo ele, muita gente esperava uma “batalha campal”.


O presidente declarou também que aguarda com expectativa uma reunião marcada para o mês de julho, em Santiago, no Chile, na qual os ministros latino-americanos de economia vão discutir o impacto da crise financeira internacional nos países mais pobres.


A liberação de US$ 100 milhões dos Estados Unidos para os países latinos foi classificada por ele como “muito pequena”. Para Lula, o auxílio deve ser ampliado e deve contar também com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).


O presidente reforçou, contudo, a necessidade de os países do continente dependerem cada vez menos dos EUA para sobreviver. “Temos que começar a tomar conta de nosso nariz. Não devemos ficar pedindo favor. Essa era acabou”, enfatizou o presidente brasileiro.


Sobre o embargo econômico e a exclusão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA), Lula avaliouque o assunto avançou de forma positiva, mas entende que as negociações nesse sentido fazem parte de processos antigos e que é preciso tempo para reverter os embargos.


De acordo com Lula, “os cubanos não estão pedindo a ninguém para representá-los (nas negociações com os EUA). Raúl Castro (presidente de Cuba) já deu quatro sinais de que quer conversar, agora cabe a Obama indicar alguém para negociar com vontade. Não vejo possibilidade de outra Cúpula das Américas sem Cuba; não há mais explicação para isso”.


Ele expressou ainda que foi criado o momento para um diálogo entre Washington e Caracas, após anos de tensas e complicadas relações diplomáticas.

"Eu disse ao Chávez: tua divergência era com o Bush e não com os Estados Unidos, este é o momento. Esse clima está pelo menos criado. A reunião permitiu dar um passo", afirmou Lula a repórteres antes de se preparar para voltar ao Brasil.



Fonte: Vermelho "A esquerda bem informada" -http://www.vermelho.org.br/base.asp

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Municípios que mais desmatam já foram flagrados com mão-de-obra escrava


Um levantamento realizado pela ONG Repórter Brasil relacionou desmatamentos com trabalho escravo. O estudo indicou que 74% dos municípios que mais desmatam na Amazônia já foram flagrados com mão-de-obra escrava. Os dados são do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério do Meio Ambiente, e mostram que a prática está mais concentrada nas áreas consideradas de expansão da fronteira agrícola. Destacam-se os estados das Regiões Centro-Oeste e Norte, em especial o Pará, recorrente campeão do uso de mão-de-obra escrava. Hoje, 43 cidades estão incluídas na “lista suja do trabalho escravo” e a maior parte delas se encontram na região de fronteira agrícola. Ao todo, essas localidades são responsáveis por 55% do que foi devastado na Amazônia em 2008. As cidades de Marabá, Pacajá e Itupiranga, situadas no Pará, figuram como as líderes do desmatamento. Juntas, elas derrubaram mais de 80 mil hectares de floresta em 2008, e possuem sete propriedades na "lista suja" do trabalho escravo, em ações que atingiram cerca de 140 trabalhadores. Segundo o levantamento da Repórter Brasil, boa parte das cidades listadas são áreas que possuem um histórico de conflito fundiário, social e econômico.




Fonte: De São Paulo, da Radioagência NP, Juliano Domingues. (www.radioagencianp.com.br)

Sai o G8, entra o G20



Enquanto a esquerda mostra-se incapaz de apresentar um programa anticapitalista, a direita apressa-se em salvar o capitalismo. O encontro do G20 ocorrido em Londres marca uma reação dos Estados nações na busca de uma solução para administrar os rombos da crise econômica.


No lugar do G8 tem-se agora o G20. Muda o tamanho, mas não necessariamente os objetivos. O encontro terminou com um anúncio bombástico: "A era do segredo bancário acabou", mas na realidade pouco irá se alterar na ordem econômica internacional pós-crise. O que se decidiu em Londres foi garantir ao capital financeiro continuar a agir como tem agido nos últimos trinta anos. Ou seja, acumular lucros fabulosos nas épocas de prosperidade e contar, nas épocas de crise, com a “generosidade” do Estado.


A agenda do G20 resumiu-se a propostas de reformar o FMI e o Banco Mundial que caducaram com o tamanho da crise. Por outro lado, as energias maiores do debate centraram-se em como socorrer as economias combalidas. Mais transfusão de recursos públicos para mãos privadas. A questão ambiental sequer entrou na agenda.


Uma das decisões foi a de injetar mais recursos no Fundo Monetário Internacional (FMI) com a justificativa de que existem economias nacionais que necessitam urgentemente de recursos para enfrentar a crise. Essa decisão é boa para os países ricos. Para esses, fortalecer o FMI é necessário. Dessa forma, dirão que estão protegendo os pobres, mas, na verdade, ao lhes fornecer recursos para pagarem suas dívidas, estarão protegendo seus próprios bancos.


A mudança mais significativa, de caráter política do G20, é a indicação de que a geopolítica está mudando. Talvez, a maior dica de mudanças no mapa-múndi geopolítico tenha sido dada por um documento do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido, vazado para a mídia britânica. Nele, os outros 19 países que compõem o G-20 foram, às vésperas da cúpula dos chefes de Estado em Londres, classificados em duas divisões de importância para os planos britânicos, incluindo uma campanha de relações públicas. Enquanto nações de ligações históricas, como as ex-colônias Austrália e Canadá, foram colocadas no segundo escalão “ ao lado de México, Turquia e Argentina” , Brasil, China e Índia apareceram ao lado de Estados Unidos, Japão, França e Alemanha.


Na própria cúpula, o cumprimento entusiasmado do presidente dos EUA, Barack Obama, a Lula (Esse é o cara!) foi um sinal de uma nova ordem mundial, em que o poder econômico já não é monopolizado pelos países mais industrializados do mundo, tampouco por Washington.


A tese de uma nova geopolítica mundial do fim do unilateralismo, decursiva da crise, é contestada, entretanto, por José Luis Fiori, para quem trata-se de um mito a propalada ideia do fim do poder americano. Para Fiori, “as guerras e a crise econômica mundial que estão em pleno curso não são um sintoma do fim do poder americano”. Pelo contrário, diz ele, “fazem parte de uma transformação de longo prazo, que está aumentando a pressão competitiva dentro do sistema mundial, e está provocando uma nova corrida imperialista entre as grandes potências, com a participação decisiva dos EUA, da China e da própria Rússia, que retorna ao sistema depois de uma década de derrota, crise e reestruturação”. Ele ainda acrescenta que a longa “adolescência assistida” da América do Sul acabou. E que “o mais provável é que esta mudança provoque, no médio prazo, uma competição cada vez mais intensa entre o Brasil e os Estados Unidos, pela supremacia na América do Sul”.





Fonte: (*) Pesquisador do Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores e doutorando de Ciências Sociais na UFPR. (http://www.radioagencianp.com.br/)

EM DEBATE: Abril Vermelho



O noticiário brasileiro é tradicionalmente marcado em todo mês de abril por manifestações organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Batizada pela grande mídia como o “Abril Vermelho”, esta jornada de lutas, de acordo com a direção do movimento, acontece porque há treze anos o dia 17 deste mês foi tingido pelo sangue derramado no Massacre de Eldorado dos Carajás.


Neste massacre, ocorrido em 1996, 19 sem terras foram assassinados em uma operação da Polícia Militar, no município de Eldorado dos Carajás, no Pará. Em 2002, esta data foi instituída pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.


Em entrevista à Radioagência NP, o coordenador nacional do MST, Roberto Baggio, explica que, além de ser uma homenagem para aqueles que morreram lutando pela reforma agrária, as atividades de abril são uma forma de reivindicar novas soluções para os velhos problemas dos pobres do campo. No atual contexto, Baggio destacou a reforma agrária como uma importante medida de superação da crise econômica.




Radioagência NP: Baggio, há algum tempo o MST afirma que a reforma agrária está parada. A crise econômica trouxe alguma mudança para este quadro?




Roberto Baggio: Não há dúvida que sim. O modelo atual entrou em crise e também atingiu o modelo de desenvolvimento da agricultura brasileira, baseada no agronegócio. E na medida em que a crise atinge em cheio o agronegócio, possibilita abrir portas para nós avançarmos em um programa de reforma agrária. E, mais do que nunca, a reforma agrária ocupa um espaço importante para resolver e enfrentar a crise atual.




RNP: Como a crise se refletiu no agronegócio?




RB: Toda a economia do agronegócio está voltada para a agroexportação. E, à medida que a crise mundial atinge os países desenvolvidos, a agroexportação entra em crise porque não tem mais mercado. Os preços estão caindo, o Brasil importa um conjunto de matérias primas de sementes, de insumos e isso está tudo vinculado ao dólar, então encarece o mercado interno. O uso abusivo de veneno, herbicidas, contribui para contaminação dos alimentos, isso refreia a compra de máquinas, enfim, a crise revelou que o agronegócio não é uma alternativa para organizar o modelo agrícola brasileiro. O que a gente precisa é superar esse modelo atual que concentra propriedade e que tem como objetivo central só o acúmulo de dinheiro.




RNP: Mas de que maneira a reforma agrária nos ajudaria a superar essa crise?




RB: Agora precisamos de uma conjugação de esforços, no sentido de que o Estado brasileiro tome um conjunto de medidas para desconcentrar a terra, para evitar o êxodo [de trabalhadores rurais] e para resolver o problema dos grandes centros urbanos. É uma política estruturante no seu sentido pleno. [A reforma agrária] Ajuda o país, os trabalhadores que se beneficiam, os pequenos municípios e também gera emprego. Então é uma política estruturante que resolve o problema da comida, da moradia, do trabalho, da educação, da saúde, da geração de imposto e do crescimento do país.




RNP: Mas, concretamente e de imediato, o que precisa ser feito pela reforma agrária?




RB: É preciso que neste momento o governo pense a reforma agrária como uma política estruturante, e para isso ela tem que ser complementada com uma iniciativa política rápida do governo, em torno das desapropriações e a estruturação produtiva dos projetos de assentamentos, estruturação social na área da saúde e da educação. Em paralelo a isso, nós precisamos estruturar um programa de agricultura de médio e longo prazo, que seja um programa popular e que recupere a agricultura, enquanto uma política voltada para o mercado interno, para produção de alimentos e que preserve a terra, as sementes e a biodiversidade. Ou seja, os recursos naturais e minerais, e a riqueza de nossa agricultura, têm que estar focada no desenvolvimento nacional, na geração de empregos aqui.




RNP: A jornada também trará alguma resposta ao ministro do STF, Gilmar Mendes, que acusa o MST de usar as verbas da reforma agrária para ocupações?




RB: O movimento nunca precisou de dinheiro público para fazer ocupação, porque é o estado de necessidade que faz com que as pessoas lutem, se mobilizem e avancem. A jornada de lutas de abril é o momento de denunciar a ausência da reforma agrária, fazendo que o conjunto da sociedade amadureça, no sentido de buscar solução para os problemas que a sociedade brasileira enfrenta. O central é não permitir que a reforma agrária entre no ralo, como o ministro quer, e sim fazer com que ela reocupe uma agenda política positiva, afirmativa, de trabalho, de saúde, de educação, de soberania e de soluções para a crise que atinge a grande maioria da população.




Para além da reforma agrária, esta jornada reivindica alguma outra medida para combater a crise?




RB: Sim, nossa luta é para que o governo implemente um conjunto de políticas públicas para enfrentar a crise brasileira, entre elas, por exemplo, ter o controle sobre o câmbio, sobre o capital financeiro, investir o que a sociedade paga de imposto na geração de empregos, no investimento em capital produtivo, na educação e saúde. O que a gente precisa é ir acumulando força, envolvendo o conjunto da sociedade brasileira e exigir que o governo federal tome um conjunto de políticas públicas que preserve os interesses, os direitos da grande maioria da população, e que ao mesmo tempo, impeça que o capital externo e os grandes grupos econômicos se apropriem da nossa riqueza, e dos nossos impostos em benefício dos seus interesses.




Fonte: De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur. (http://www.radioagencianp.com.br/)

terça-feira, 14 de abril de 2009

Lei eleitoral é aprovada e Evo encerra greve de fome



O presidente da Bolívia, Evo Morales, suspendeu sua greve de fome na madrugada desta terça-feira (14), minutos depois de receber a notícia de que o Congresso de seu país havia aprovado uma nova lei eleitoral que ratifica as eleições gerais de dezembro próximo com um novo padrão.
O mandatário, que iniciou o protesto na última quinta-feira com o intuito de pressionar pela aprovação da legislação, agradeceu às organizações sindicais que apoiaram seu protesto e anunciou que dentro de algumas horas promulgará a lei em ato público.
"O povo não deve se esquecer que os processos de mudança se conseguem com luta. Sozinhos não podemos assegurar este processo revolucionário, mas com a força do povo ele é possível", declarou Morales numa entrevista coletiva concedida na madrugada de hoje ao lado de 13 dirigentes sindicais que o acompanharam na greve de fome em uma sala do palácio do governo. A lei aprovada hoje depois de vários dias de disputa confirma as eleições para 6 de dezembro.
Apesar de não ter anunciado se será candidato ou não, Morales, o primeiro indígena a tornar-se presidente da Bolívia, figura como favorito a uma eventual reeleição diante de uma oposição debilitada.
A nova lei cria oito cadeiras no Congresso para povos indígenas minoritários e pela primeira vez permitirá o voto dos bolivianos no exterior. A sessão durante a qual a lei foi aprovada estendeu-se por quase 10 horas.
Fonte: AE

Obama suspende restrições a remessas e viagens a Cuba






Presidente dos Estados Unidos anunciou suspensão das restrições às viagens e aos envios de remessas a Cubas. Obama ordenou aos departamentos de Estado, do Tesouro e do Comércio para que comecem a eliminar estas restrições e facilitar as comunicações com a ilha o mais rápido possível. A legislação até então em vigor, de 2004, estabelecia que os cubano-americanos só poderiam viajar uma vez a cada três anos a Cuba, podendo enviar um máximo de US$ 300 a cada três meses.
A Casa Branca anunciou nesta segunda-feira (13) que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, decidiu suspender as restrições às viagens e aos envios de remessas a Cuba, principalmente transferências de dinheiro de cidadãos americano-cubanos para seu país de origem. O presidente ordenou aos departamentos de Estado, do Tesouro e do Comércio para que comecem a eliminar estas restrições e facilitar as comunicações com a ilha o mais rápido possível. Com essa decisão, as pessoas que quiserem poderão enviar remessas e ajuda humanitária a Cuba. Além disso, foi suspenso o veto a produtos como sementes para plantações e artigos para pesca. Essas medidas foram acompanhadas por um apelo para que o governo de Cuba não interfira nas remessas de dinheiro e de produtos que poderão ter como destinatário qualquer cidadão cubano, com exceção de funcionários do governo. Também devem acabar as limitações relativas à duração e à freqüência das viagens à ilha.
A legislação até então em vigor, de 2004, estabelecia que os cubano-americanos só poderiam viajar uma vez a cada três anos a Cuba, podendo enviar um máximo de US$ 300 a cada três meses. As restrições foram decretadas pelo governo do ex-presidente George W. Bush. A Casa Branca também anunciou que Obama decidiu intensificar as comunicações entre cidadãos dos EUA e de Cuba, autorizando a compra e o envio de telefones celulares para cubanos. Ainda não está definido se o levantamento das restrições incluirá cidadãos com nacionalidade dupla (cubana e norte-americana).
As decisões anunciadas nesta segunda-feira indicam que o governo Obama está disposto a começar, gradualmente, a desativar uma política de mais de 40 anos. Nesse tempo, os norte-americanos precisavam de uma permissão especial para viajar a Cuba. Na próxima quinta-feira, o presidente norte-americano irá ao México e, em seguida, viajará para Trinidad e Tobago, onde participará de uma cúpula das Américas, entre 17 e 19 de abril. Será o primeiro encontro de Obama com a maioria dos presidentes da região, muitos dos quais pedem o fim do embargo a Cuba.
No dia 29 de outubro de 2008, a Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nova resolução que pede o fim do embargo econômico e comercial declarado há quase meio século pelos Estados Unidos contra Cuba. Dos 192 países que integram a ONU, 185 países votaram a favor; apenas três (Estados Unidos, Israel e Palau) foram contra, dois se abstiveram (Ilhas Marshall e Micronésia) e dois países não votaram (El Salvador e Iraque). Esta foi a 17ª vez consecutiva que Cuba apresentou à Assembléia Geral uma resolução que critica os efeitos negativos destas sanções unilaterais dos Estados Unidos e pede sua revogação. A resolução apresentada ao plenário da ONU pelo chanceler cubano, Felipe Pérez Roque, recebeu, nesta ocasião, um apoio superior ao registrado em 2007, quando foi respaldada por 184 países e rejeitada por quatro.
As resoluções da Assembléia Geral da ONU não têm efeito vinculativo. No caso do bloqueio a Cuba, refletem a crescente e majoritária oposição internacional à política patrocinada pelos EUA. A cada ano que passa o bloqueio vem sendo condenado por uma maioria crescente de Estados. Quando a primeira resolução foi apresentada, em 1992, obteve apenas 59 votos a favor. Subiu para 179 em 2004 e 183 em 2006.
O bloqueio total do comércio entre EUA e Cuba foi decretado formalmente mediante uma ordem executiva do presidente John F. Kennedy, no dia 3 de fevereiro de 1962. No entanto, as medidas punitivas contra a ilha começaram poucas semanas depois o triunfo da Revolução Cubana, em 1° de janeiro de 1959. O objetivo era asfixiar economicamente a recém-nascida revolução. Em função do bloqueio, Cuba não pode, entre outras restrições, exportar nenhum produto para o mercado norte-americano, nem receber turistas vindos dos EUA. Além disso, não tem acesso a créditos e nem pode utilizar o dólar em suas transações com o exterior. Os navios e aviões cubanos estão proibidos de tocar portos e aeroportos dos EUA.
Fonte: www.patrialatina.com.br / Texto: Redação - Carta Maior/com agências internacionais

sábado, 11 de abril de 2009

Os ônibus Ateus Mundial

O Ônibus Ateu em Londres




Britânica arrecada o equivalente a 375 mil reais em doações para uma campanha que questiona a existência de Deus. Com o dinheiro, o transporte público na capital inglesa ganhará propagandas ateístas.
Andres Vera


"Quando o filho Dele vier, ele encontrará fé na Terra?". Essa foi a mensagem religiosa que despertou a ira da jornalista inglesa Ariane Sherine, de 28 anos. Ela caminhava pelas ruas de Londres quando reparou em dois ônibus que circulavam com o slogan. A publicidade ainda trazia um endereço na internet. Sherine não acredita em Deus e não tinha por que buscar respostas divinas para seus problemas com o transporte londrino. Mas sua desconfiança virou curiosidade. Ela visitou o site religioso e leu a seguinte ameaça: “Você será condenada a separar-se de Deus e passará a eternidade em tormento no inferno”. Sherine não achou aquilo nada engraçado, e pensou numa provocação a altura para estampar os mesmos ônibus vermelhos de sua cidade. "Provavelmente, Deus não existe. Agora, pare de se preocupar e curta a vida". A guerra santa estava comprada.



CAMPANHA ATEÍSTA - Com o dinheiro arrecadado, Sherine quer colocar propagandas questionando a existência de Deus em ônibus ingleses. Acima, uma simulação de como seria o anúncio.

Sherine então ligou para a agência que regulamenta a publicidade no Reino Unido, a Advertising Standards Authority, para se queixar do anúncio que a mandara ao inferno. A funcionária disse que aquela propaganda havia recebido outras duas reclamações, mas que a agência nada podia fazer. A frase que condenava os ateus estava escrita num site, e não num ônibus. Sherine ficou irritada. Lembrou-se de uma propaganda da cerveja Carlsberg: "Provavelmente a melhor cerveja do mundo", dizia o slogan de um publicitário inspirado pela falsa modéstia. Quantas pessoas haviam reclamado daquilo? A funcionária da agência consultou seus arquivos. "Nós não recebemos nenhuma reclamação contra eles", disse. A fabricante de cervejas havia incluído a palavra "provavelmente" para não ter problemas na Justiça. A solução da Carlsberg inspirou Sherine. A partir daquele momento, Deus provavelmente deixou existir. Ela contou a história em um artigo escrito no mês de junho no jornal britânico The Guardian. "Se 4680 ateus lerem isso, e todos nós contribuirmos com 5 libras cada, é possível financiar um ônibus ateu em Londres", escreveu a jornalista. Sherine e seus colaboradores pretendiam inicialmente colocar pôsteres em 60 ônibus durante um período de quatro semanas. Precisavam de 5500 libras (o equivalente a cerca de R$ 18 mil). Mas a idéia cresceu. A campanha ganhou o apoio da British Humanist Association, um grupo que promove causas ateístas no Reino Unido, e do acadêmico britânico Richard Dawkins, autor do livro Deus, um delírio. Apenas Dawkins, ferrenho crítico do papel de todas as religiões, doou 5500 libras. A repercussão foi imediata. Em uma semana de arrecadações, a campanha recebeu mais de 110 mil libras (R$ 375 mil), cerca de 20 vezes o valor esperado. Com os bolsos cheios, a campanha poderá ganhar ainda mais espaço na paisagem londrina.

SHOPPING ATEÍSTA - Como a campanha da jornalista foi um sucesso, Londres deve ganhar faixas questionando a existência divina também em prédios comerciais

Colaboradores de Sherine já manipularam imagens digitalmente para ver a mensagem ateísta na fachada de shoppings e outros prédios comerciais. Os ônibus, principais personagens da guerra santa de Sherine, deverão circular com o slogan a partir de janeiro de 2009. Alguns setores da Igreja receberam a idéia com diplomacia. “Essa campanha será boa se fizer as pessoas pensarem nas questões mais profundas da vida”, disse um reverendo da Igreja Metodista. O grupo de discussão religiosa Theos, fundado pelo arcebispo de Canterbury, doou 50 libras. Os críticos da campanha dizem, no entanto, que o dinheiro arrecadado poderia ter outro destino. Polêmica à parte, a idéia de Sherine é – provavelmente – o melhor slogan ateu da história da propaganda.

Fonte: revistaepoca.globo.com


Espanhóis se recusam a entrar em 'ônibus ateus'!







Os ônibus são apelidados de ateus porque veiculam campanha de uma entidade ateia com a frase “Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e desfrute a vida”. [reprodução acima]
Mas para espanhóis indignados com a campanha é como se os ônibus fossem do Satanás. Muitos deles têm se recusado a usar os ônibus de duas linhas de Madri.
"Eu não vou subir nesse ônibus de jeito nenhum. O que estão fazendo é uma imoralidade, uma blasfêmia. Tenho vergonha de ser espanhola", disse uma católica à BBC Brasil.
A ideia do “ônibus ateus” surgiu na Grã-Bretanha ao final do ano passado e, lá, não teve problema.
A Igreja Anglicana contestou a campanha com nota na qual afirma que a pregação cristã não é contra o prazer de estar vivo, mas admitiu que os ateus têm o direito à livre expressão, como qualquer pessoa.
Na Espanha, tem sido diferente.
A Conferência Episcopal Espanhola quer que o governo censure a campanha da União de Ateus e Livres Pensadores da Espanha.
Mas, para ela, fazer campanha cristã, pode.
Para combater os ‘ônibus ateus’, a organização católica E-Christians e a evangélica Centro Cristão de Reunião se uniram para manter em circulação “ônibus cristãos”. O slogan da campanha é “Deus existe sim. Desfrute a vida em Cristo”. [reprodução abaixo]






Apesar da reação dos cristãos, a entidade ateia tem obtido apoio além de sua expectativa, como ocorreu na Grã-Bretanha. As doações vão permitir que a campanha seja feita também em Barcelona, Málaga e La Coruña.
Os cristãos prometem revide, como se fosse uma guerra santa.
Na Itália, a União dos Ateus e Agnósticos Racionalistas planejaram lançar em Gênova o ônibus ateu, mas, com o aplauso da Igreja Católica, foi censurada pelo governo local, que achou ser ofensa a frase “Má notícia: Deus não existe; Boa notícia, você não precisa dele”.
"A sorte dos ateus é que ninguém cogita acender a fogueira da Inquisição. Pelo menos até agora."


Fonte: http://www.e-paulopes.blogspot.com/





Mídia boicota o 'ônibus ateu' brasileiro, diz entidade




No começo deste ano, houve quem se recusasse na Espanha a pôr o pé no ‘ônibus ateu’ como se o ponto de chegada fosse o inferno. O boicote foi por causa da propaganda ateia veiculada por ônibus de duas linhas de Madri segundo a qual “Deus provavelmente não existe. Deixe de se preocupar e desfrute a vida”.




O diretor da Atea (Associação Brasileira de Agnósticos e Ateus) Daniel Sottomaior (foto), 37, está empenhado em realizar igual campanha, mas no Brasil, país de mais de 150 religiões e seitas, já existe o boicote antes mesmo de os ônibus ateus saírem às ruas.
Sottomaior afirma que a grande imprensa tem se recusado a dar a notícia da campanha, que nessa fase precisa de exposição na mídia para obter doações de modo a cobrir os custos.
Ele foi entrevistado por jornais -- como a Folha, Estadão e Jornal da Tarde --, mas nada saiu publicado, exceto em seções de pouca visibilidade, como a de variedades.
“E os repórteres pararam de responder minhas mensagens; estão nos boicotando.”
Para chamar a atenção da imprensa, Sottomaior pretende em duas ou três semanas lançar um ou dois anúncios, a partir dos quais seriam deflagrada a campanha de “verdade”.
Uma das peças publicitárias mostrará ateus famosos, como Camila Pitanga, Angelina Jolie, Paulo Autran e Drauzio Varella, com o título: “Você sabe qual deles é ateu? TODOS”. Um subtítulo diz: “Somos milhões no Brasil, centenas de milhões no mundo”.
Os demais slogans são: “Ateus também são cidadãos. Queremos Igualdade. Merecemos respeito”, “Sou feliz sem crer em nenhum deus”, “Você precisa de um deus para ser bom? Nós não”, “A fé não dá respostas. Ela só impede as perguntas”, “Sorria! O inferno não existe”, “Você é quase tão ateu quanto nós. Quando você entender por que não acredita em todos os outros deuses, saberá por que não acreditamos no seu” e “Duas mãos trabalhando fazem mais do que mil em oração”.
O site da Atea informa como se pode colaborar com a campanha.



Fonte: http://www.e-paulopes.blogspot.com/




Vaticano critica campanha que põe em dúvida a existência de Deus


Diante do papa Bento 16, o franciscano Raniero Cantalamessa (foto), Pregador da Casa Pontifícia, criticou nesta Sexta-Feira Santa a campanha ateísta que tem sido veiculada em ônibus de cidades europeias.



Foi a primeira manifestação de um sacerdote da hierarquia do Vaticano sobre os “ônibus ateus”.
A campanha começou em outubro de 2008 em Londres por iniciativa de um grupo de ateus preocupado com as pessoas que são atormentadas pela pregação condenatória das religiões. Naquela cidade, a mensagem da campanha foi: "Provavelmente Deus não existe. Então, pare de se preocupar e aproveita a vida".
Frei Cantalamessa disse que a mensagem ateísta leva desesperança às pessoas que precisam de conforto, como os desempregados, pais que têm filhos doentes, solitários e exilados em fuga dos horrores da guerra.
Falou que, em muitos casos, o ateísmo é um “luxo” dos privilegiados, “dos que têm tudo, incluindo a possibilidade de dedicar-se aos estudos e à pesquisa”.
Mesmo assim o franciscano avalia que a campanha ateísta tem servido à causa de Deus porque “mostrou a pobreza de suas razões e contribuiu para sacudir muitas consciências adormecidas”.
De acordo com a agência Efe, o frei rebateu o que percebe estar subentendido na campanha, que a fé, por ser inimiga da alegria, impede as pessoas de serem felizes.
Argumentou que não há incompatibilidade entre a crença e a alegria porque o propósito de Cristo não é aumentar o sofrimento ou pregar a resignação, mas dar um sentido à vida e anunciar a superação.
Bento 16 criticou ontem Friedrich Nietzsche (1844-1900) por ter zombado da humildade e obediência, dois valores cristãos, em defesa da liberdade absoluta. Para o papa, o que o filósofo alemão propõe “leva à soberba destrutiva e à violência”.
Nietzsche é um dos autores preferidos de ateus.
A Atea (Associação Brasileira de Agnósticos e Ateus) pretende promover a campanha do “ônibus ateu”, mas ainda não conseguiu dinheiro para cobrir os custos da publicidade. Daniel Sottomaior, diretor da entidade, reclama de boicote da grande imprensa.


Fonte: http://e-paulopes.blogspot.com