terça-feira, 18 de maio de 2010

Classe artística realiza protesto em frente ao Santa Isabel




Artistas reclamam a ausência de produções locais nas comemorações dos 160 anos do Santa Isabel
Bobby Fabisak / JC Imagem


Incorformados com ausência de montagens pernambucanas nas comemorações dos 160 anos do Teatro Santa Isabel, representantes das artes cênicas recifenses reuniram-se em frente à casa de espetáculos durante o lançamento oficial do cronograma para protestar contra a Prefeitura do Recife. O encontro ocorreu enquanto eram apresentados o carimbo e o selo comemorativo do aniversário com a apresentação do grupo Sa Grama, apenas para convidados, nessa segunda à noite, no Recife.

Sob o coro de “Respeito, respeito, respeito”, artistas exibiram faixas, vestiram nariz de palhaço, soltaram fogos de artíficio, apresentaram performances e ainda deram a mãos num grande círculo para simbolizar um abraço ao teatro.

“Será possível que em 160 anos de história do Santa Isabel o teatro pernambucano não mereça ser nem mencionado? Exigimos respeito com a história e o peso das nossas artes cênicas e isso passa não só por esse momento notório do Santa Isabel, como pela necessidade de uma política cultural que enxergue a categoria”, disse o ator Sérgio Gusmão.

“É um retrocesso na história do próprio Santa Isabel, que no seu centenário teve uma bela programação local organizada por Valdemar de Oliveira e agora o teatro pernambucano que tanto evoluiu se vê completamente excluído de um momento de louros”, afirma o professor e crítico teatral Luís Reis.

No rol de contestações, além da valorização da classe com a inclusão no programa do Santa Isabel, os protestantes reinvidicavam incentivos públicos traçando um comparativos com os altos cachês pagos às atrações convidadas para a semana dos 160 anos do Santa Isabel. Na ocasião, ficou estabelecida a convocatória de uma assembléia para a próxima quinta (19), em que será redigida uma carta-aberta a ser entregue às autoridades da administração municipal e solicitada uma reunião com a Secretaria de Cultura.

O secretário municipal Renato L. refutou os argumentos dos queixosos afirmando que houve um ‘incêndio’ comunicativo provocado por uma má interpretação das palavras do prefeito e que não é justo dizer que a gestão exclui os artistas locais de suas políticas públicas ou mesmo do próprio Santa Isabel, como já havia argumentado ao JC Online antes do protesto. O secretário afirmou ainda estar prevista no calendário de comerações a encomenda de um espetáculo local especialmente produzido para o teatro a ser apresentado no encerramento das comemorações em maio de 2011.

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