quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Marighella após 40 anos de sua morte ganhou o título de cidadão paulistano



Por: Tayse Falcão

Carlos Marighella nasceu na Bahia e ficou conhecido em todo o País pela luta contra a ditadura militar criada em 1964. Nesta última quarta-feira (4/11), fez exatos 40 anos após a sua morte trágica que ofuscou a trajetória de sua vida, ele ganhou o título de cidadão paulistano in memoriam da Câmara Municipal dos Vereadores.


O ex-deputado Marighella, Comunista constituinte e fundador da Ação Libertadora Nacional (ALN), tiveram os 40 anos da sua morte lembrados em todo país. Morto pelas forças repressoras numa emboscada no dia 4 de novembro de 1969 em São Paulo. Guiado pela convicção na justiça social – e sob a bandeira do socialismo – o brasileiro Carlos Marighella procurou transformar de forma radical a realidade sócio-econômica do Brasil.


O assassinato de Marighella foi contado recentemente no filme ‘Batismo de Sangue’ (2006), de Helvécio Ratton, que é uma adaptação de livro de memórias de Frei Betto.


“O Marighella dos primeiros anos fora tragado no tempo e o ‘último Marighella’ acabou sendo mal conhecido no conjunto de sua produção teórica. Ele percorreu o caminho da disciplina, mas evoluiu na onda de rebelião contra os métodos de direção do PCB. Nas duas etapas, ligadas entre si, a aquisição de experiência política legal e clandestina e o florescimento autônomo da prática revolucionária fervem no horizonte intelectual de um combatente ardoroso.”


“Na outra ponta, o retraimento da direção do PCB exigia um ataque análogo. Nunca, antes, seus críticos chegaram tão longe ou foram tão inventivos. Nem mesmo os trotskistas faziam-lhe sombra, porque sua cisão mais importante trazia a marca de um paradigma teórico e prático também importado. Carlos Marighella alargou a teoria, para que nela coubessem as crueldades sofridas pelos de baixo; e estendeu a prática, incluindo nela coerência e firmeza. Porta-se com equilíbrio, ficando rente aos questionamentos essenciais.”




Fonte: Trechos extraídos de “A Contestação Necessária – Retratos Intelectuais de Inconformistas e Revolucionários”, coletânea de artigos e ensaios inéditos de Florestan Fernandes, publicada pela Editora Ática.

Nenhum comentário:

Postar um comentário